Muitas das tecnologias práticas que temos em nosso dia-a-dia foram inicialmente, desenvolvidas para uso militar. Uma delas, que se torna cada vez mais popular, também parte do mesmo ponto, o RFID.O RFID (Radio Frequency Identification), foi desenvolvido para reconhecer aeronaves em combate, permitindo pelo monitoramento das freqüências de rádio, que se distinguissem aviões inimigos e aliados. Imagine a importância dessa tecnologia. Um míssil poderia ser lançado por engano a uma aeronave aliada se o sistema não existisse.Como sempre as indústrias de tecnologia logo identificaram o grande potencial da tecnologia no uso industrial e civil. Hoje, no mundo todo, tecnologias utilizando RFID estão presentes e facilitam nossa vida.
O funcionamento é relativamente simples. Em um pequeno chip são inseridos os dados do que se pretende localizar, em um carro seriam inseridas informações como a placa, licenciamento, nome do proprietário, etc. Essas informações seriam capturadas por torres de transmissão, que emitem ondas de rádio para localizar o chip e trazer a informação.Existem dois tipos de chip de RFID, os ativos e os passivos. Os chips ativos emitem um sinal de rádio, para isso contam com uma pequena bateria. As ondas disparadas pelo chip são captadas pelas antenas e transmitidas para o computador. Nos chips passivos, a torre é responsável pelo envio da onda, que no momento que atinge o chip, capta a informação e é refletida de volta para a antena. Lembra muito o sistema de reconhecimento sonoro utilizado pelas baleias e morcegos, que medem a distância dos objetos pelo retorno do som por eles emitido.
A principal diferença entre os modelos ativo e passivo está no alcance, que é maior no ativo. Contudo a necessidade de bateria implica numa menor vida útil e em um preço mais elevado.Seja para monitorar carros, bichos de estimação, gadgets ou mesmo para evitar que se pegue fila no pedágio, a tecnologia se torna cada vez mais popular. Seus usos estão sendo ampliados e avaliados para aplicações em larga escala.
No Brasil, um projeto grande de RFID está sendo desenvolvido para monitorar o trânsito no Brasil. O SINIAV (Sistema Nacional de Identificação de Veículos) pretende auxiliar no monitoramento do tráfego, verificando veículos que transportam cargas perigosas, que estejam em situação irregular ou roubados. Os testes estão sendo realizados pelo Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun, que iniciará os procedimentos com um protótipo em agosto. O início do projeto foi marcado para os primeiros meses de 2008, a previsão é de que até 2012 toda frota nacional esteja equipada com o sistema.Uma outra funcionalidade do sistema de RFID, que está sendo utilizada em outros países é a de etiquetas eletrônicas. O sistema promete substituir o tradicional código de barras, devido à sua eficiência na organização de grandes estoques de empresas e varejistas. A tecnologia, nomeada de EPC (Eletronic Product Codes), permite que sejam anexadas informações específicas em cada produto e não somente em todo o lote, como acontece no código de barras.
Segundo Claudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil, a adoção do padrão ECP facilita muito o gerenciamento de grandes estoques varejistas. “Podem ser inseridas informações sobre compradores, destino do produto, data de fabricação etc”.
Um controle mais preciso sobre os carregamentos evitaria desperdícios, como num exemplo citado por Cláudio, onde uma contaminação num carregamento de alimentos foi detectada, todo estoque foi recolhido e destruído. Com o sistema de etiquetas eletrônicas, seria possível isolar só os produtos possivelmente contaminados, evitando a destruição de todo o lote.
Mas o uso do RFID para substituir o código de barras enfrenta algumas dificuldades. A principal delas, segundo Cláudio, é a adoção de padrões comuns internacionais. “Um país usa uma determina freqüência de rádio, que em outro pode já estar em uso por outros setores”, afirma. Além desse detalhe, o uso é mais atrativo a grandes estoques de varejo, que não são tão volumosos no Brasil, como acontece nos Estados Unidos, o que torna o uso das etiquetas eletrônicas desnecessário e caro. Outro problema da aplicação de etiquetas inteligentes em supermercados, numa via mais direta com o consumidor, relaciona-se à interferência. O sinal de RFID não atravessa superfícies metálicas, um problema na classificação de enlatados, por exemplo. Um fator pode ajudar a incentivar o uso de etiquetas RFID no Brasil. O Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), de Porto Alegre (RS), estará pronto para produzi chips para etiquetas eletrônicas no país no início de 2008.
Fonte: idg now!
Postado por: Déborah Vasconcelos